A Prof.ª Dr.ª Bruna Waddington de Freitas do Curso CPT de Reprodução de Equinos, afirma que: ”O diagnóstico gestacional permite identificar animais não prenhes para tratamento imediato ou novo serviço de inseminação. Dessa forma, reduz-se ao mínimo a perda de tempo de animais não produtivos na propriedade”.

A confiança nos métodos de identificação de éguas prenhes depende da precisão na detecção do estro. Por isso, ao trabalhar com diagnósticos gestacionais, o médico veterinário deverá atentar para os seguintes aspectos relacionados a esta atividade:


• Valor econômico dos animais.
• Identificação de animais não gestantes para tratamento imediato.
• Reduzir a perda de tempo na reprodução equina.
• Garantir o fluxo de comercialização.
• Realizar o manejo adequado.

1. Características gerais do período gestacional:

• O período gestacional corresponde ao período entre a fecundação do ovócito e o parto.
• Pode ser influenciado por:

– Tamanho da égua.
– Manejo nutricional da égua.
– Genótipo e sexo do feto.

• A duração do período gestacional varia conforme o tipo de cruzamento:

– Égua x Garanhão: ± 330 dias (315 a 360 dias)
– Jumenta x Jumento: ± 360 dias
– Égua x Jumento: ± 345 dias

2. Rufiação

Na ausência de médicos veterinários na propriedade, uma alternativa para fazer o diagnóstico de gestação pode ser a rufiação.

• Iniciar 14 dias após o final do cio.
• Caso a égua apresente novo cio, é sinal de que está adentrando ao novo ciclo estral e não está gestante.
• Caso a égua não apresente cio, não é possível ter certeza de que o animal não esteja prenhe.
• Corpo lúteo persistente: esta patologia não permite o crescimento folicular e impede que o animal entre em estro ou demonstre sinais de cio.
Para maior acurácia do diagnóstico de gestação é fundamental fazer:
• Palpação transretal.
• Avaliar níveis de ECG (gonadotrofina coriônica equina), hormônio produzido pelas éguas a partir do 30.º dia de gestação.
• Exame de ultrassom: método de eleição para o diagnóstico correto da gestação equina.

3. Palpação transretal

A palpação transretal deverá ser realizada 25 dias após a ovulação para fazer a identificação do embrião. Este exame é realizado com maior precisão 30dias após a ovulação.

O diagnóstico de gestação de éguas pode ser feito clinicamente por meio da palpação dos cornos uterinos para verificar se há assimetria dos cornos, logo no início do desenvolvimento do embrião. No entanto, por meio deste método é muito difícil detecta a vesícula embrionária precocemente ou mesmo diferenciar quando a gestação for gemelar e os embriões estiverem posicionados no mesmo corno uterino.

A precocidade no diagnóstico contribui significativamente para o manejo das éguas quando essas apresentam vesículas embrionárias gêmeas ou quando apresentam vesículas embrionárias vazias ou com morte embrionária precoce. Dessa forma, os procedimentos adequados para tratamento e recuperação dos animais são realizados o mais rápido possível.

4. Exame de ultrassonografia

A ultrassonografia é o método eleito para diagnóstico de gestação equina, devido à precisão e acurácia, permitindo detectar a prenhez precocemente. Observe, na imagem a seguir, o exame de ultrassonografia de uma égua nos 10.º e no 15.º dia de gestação. A imagem apresenta o embrião que possui o formato de uma vesícula esférica. A formação da vesícula embrionária é característica da gestação na espécie equina. O exame de ultrassom deverá ser realizado 10 dias após a ovulação, visando:

• Detectar a prenhez precoce.
• Avaliar a idade gestacional.
• Verificar anormalidades do desenvolvimento embrionário e/ou fetal.
• Verificar a ocorrência de gestação gemelar (não desejável na espécie
equina).