Ter acesso a uma vida saudável e balanceada tem se tornado, cada vez mais, um projeto de vida do brasileiro. A busca pela qualidade de vida não se limita apenas às questões como alimentação, moradia e passeios, ela também tem atraído milhares de pessoas no que diz respeito aos cuidados com o corpo e, consequentemente, com a saúde.


Nos últimos anos, o desenvolvimento de uma consciência ecológica e de respeito ao próprio organismo está levando a uma intensificação do uso de remédios elaborados com extratos de plantas.


A indicação terapêutica e a forma como são usadas as plantas têm importância crucial. De fato, muitas das plantas usadas pelo povo têm seu efeito curativo comprovado, após serem submetidas a criteriosos estudos.

Com base no resultado desses estudos, têm surgido muitos programas de tratamento fitoterápico no sistema de saúde pública, onde se incentiva o cultivo e utilização orientada de plantas medicinais.


“Os objetivos da implantação da farmácia viva são a melhoria da qualidade de vida das pessoas envolvidas, através de um tratamento constante de sua saúde, e a educação ambiental, desenvolvendo o interesse e o respeito pelo mundo das plantas”, afirmam os professores Celso Trindade, Maria Luiza Sartório, Patrícia L. Resende, do Curso CPT Farmácia Viva, utilização de Plantas Medicinais.


A forma de preparo e o uso mais adequado de cada planta dependem:


– da parte da planta a ser usada;
– do tipo de princípio ativo a ser extraído;
– da doença ou sintoma a ser tratado.

Mas, afinal, o que são os princípios ativos? Os princípios ativos são os componentes químicos, produzidos pelas plantas, que lhes conferem atividade terapêutica.

De maneira geral, numa mesma planta há várias substâncias ativas, das quais uma ou um grupo são responsáveis pela ação principal. A substância ativa apresenta, também, um equilíbrio fisiológico, sendo mais bem assimilada pelo organismo, e não provoca efeitos nocivos. É nisso que reside a grande vantagem da fitoterapia.


Os teores de princípios ativos produzidos por uma planta não são estáveis e não se distribuem de maneira homogênea por suas partes. Eles se distribuem pelos diferentes órgãos das plantas de forma desigual, em função da especialização das células. Estão sempre concentrados em maior quantidade em determinadas partes, que podem ser raízes, folhas, caules, sementes ou flores.


As plantas, também, não apresentam uma concentração uniforme de princípios ativos durante todo o seu ciclo de vida. Dessa forma, a época da colheita interfere no teor de princípios ativos do material. Além disso, as condições do ambiente (solo, clima, etc.) também afetam o teor de princípios ativos.

A ideia básica da farmácia viva é ter sempre ao alcance das mãos as plantas medicinais indicadas para o tratamento de sintomas e doenças mais comuns e de menor gravidade, como gripe e dor de cabeça.


As plantas frescas, adequadamente colhidas, têm maiores teores de princípios ativos e evitam os perigos decorrentes da má conservação, como a presença de fungos, por exemplo.

Uma das formas de ter essas plantas disponíveis é cultivá-las em casa, seja na horta, no jardim ou em vasos. E, também, a implantação de hortos medicinais ou farmácias vivas em escolas e empresas tem-se tornado bastante comum.


Escolha do local


Para instalar o horto medicinal, seja direto no solo ou em vasos, deve-se escolher um local onde incida pelo menos cinco horas de sol, durante todo o ano.

O local deve ser, ainda, bem drenado e protegido de ventos frios e fortes, para que as plantas cresçam com vigor.


Escolha das espécies


Para escolher as espécies que serão plantadas, é preciso informar-se de suas exigências climáticas, para identificar aquelas que se adaptam bem ao clima local.

A maioria das espécies medicinais se adapta bem às condições de clima tropical e subtropical, mas algumas precisam de clima mais frio para produzirem.

Produção de mudas


As plantas se reproduzem por sementes ou através de estruturas vegetativas, como folhas, pedaços de caule, rizomas e filhotes.