“A escolha da espécie adequada para um determinado local é fundamental no planejamento da arborização urbana. Uma escolha bem feita significa o sucesso do plano e a diminuição de gastos com tratos culturais e manutenção de árvores de espécies inadequadas”, como explica o professor Wantuelfer Gonçalves do Curso CPT Como Produzir Mudas Arbóreas de Valor Comercial.


Por isso quem produz mudas para arborização urbana deve conhecer bem as características das espécies com que trabalha, verificando se estão próximas do padrão ideal para plantio no ambiente das cidades. Com certeza, as espécies com características mais favoráveis serão também as mais vendidas.


Quanto ao crescimento, deve ser lento, uma vez que, normalmente, estas espécies apresentam folhas persistentes, boa formação de copa (dispensando podas) e suas raízes são profundas. Espécies de crescimento rápido, normalmente apresentam constituição frágil, com má formação anatômica, quebrando facilmente sob a ação do vento. O tipo de copa deve estar relacionado diretamente com o clima do local de plantio.


De modo geral, em locais
de clima tropical recomendam-se copas que dê em boa sombra, mas que não dificultem o arejamento do local, com preferência para espécies com folhagem perene (perenifólias). Para locais de clima frio, as espécies de copas ralas, que perdem ou não suas folhas, são as mais indicadas. Em locais de inverno rigoroso, as melhores espécies são as que perdem suas folhas (caducifólias), pois possibilitam a insolação direta na superfície do solo, atenuando a temperatura.


Com relação ao porte quando adultas, em canteiros centrais de avenidas e em calçadas e ruas largas, pode-se optar pelo uso de árvores de porte grande ou médio. No entanto, em calçadas estreitas, deve-se optar por espécies de pequeno ou médio porte. Sob fiação, a escolha deve recair sobre espécies de pequeno porte de modo a não provocar problemas na rede elétrica.

Para efeito prático, pode-se considerar como árvores de pequeno porte aquelas que atinjam um máximo de nove metros; de médio porte, as que alcancem entre nove e vinte metros; e as de grande porte as que ultrapassam os vinte metros de altura, quando adultas.


O colorido da floração, ainda que efêmero, é um aspecto muito agradável e que deve ser considerado, quando da escolha de uma espécie para a arborização urbana. Existem cidades conhecidas pelo colorido da arborização, como Campos do Jordão no estado de São Paulo, famosa pela floração da cerejeira (Prunus sp). O viveirista deve identificar na sua região espécies com belas floradas e que estejam bem adaptadas.


Quanto ao tronco, as árvores indicadas para arborização de vias públicas devem apresentar ramos e troncos resistentes, principalmente à ação dos ventos. Contudo, não devem ser muito volumosos e nem providos de acúleos ou espinhos.


Quanto à altura, deve-se observar que a distância entre o solo e a inserção dos primeiros galhos é de suma importância, pois essa altura determina o espaço utilizado pelo transeunte ou pelos veículos que trafegam a rua. Dessa forma, é preciso considerar que, mesmo as árvores que apresentam porte médio ou grande, podem apresentar copas baixas que são, em geral, inadequadas para certos locais.


Para o plantio em calçadas, devem ser usadas árvores que não possuam raízes agressivas e que sejam, de preferência, profundas e pivotantes. Plantas com raízes superficiais, à medida que vão crescendo, danificam calçadas e construções. O viveirista deve procurar no viveiro espécies que não ofereçam este tipo de problema como alternativa para quem plantará árvores em ruas ou locais pequenos