O termo mastite refere-se à inflamação das glândulas mamárias, qualquer que seja a causa. Caracteriza-se por alterações físicas, químicas e geralmente bacteriológicas do leite, e por alterações patológicas do tecido glandular (BLOOD e HENDERSON, 1974).
Além desses patógenos, fungos, leveduras, algas e vírus também podem estar envolvidos na etiologia da doença, porém, a ocorrência é baixa (PHILPOT E NICKERSON, 1991).
De acordo com o Professor José Renaldi Feitosa Brito, do Curso CPT Prevenção e Controle da Mastite, “além dos agentes infecciosos que causam a mastite, a doença esta associada a outros fatores, conhecidos como fatores predisponentes”. São eles:
• Traumatismos – ferimentos ou úlceras nas tetas e úbere causados por cercas de arame, ramos e galhos secos, camas duras, madeira e pregos, cânulas inadequadas etc., são portas de entrada dos microrganismos no canal
da teta.
• Deficiência na higiene do úbere, ordenhadeira mecânica, instalações, ordenhador e utensílios utilizados na ordenha. Mãos do ordenhador devem estar sempre limpas e as unhas cortadas, os estábulos e abrigos devem estar sempre limpos e desinfetados, isentos de moscas e de objetos contaminados. Onde uma vaca doente pode largar microrganismos, outra sadia pode encostar o úbere e se contaminar.
• Instalações construídas em local úmido, sem ação dos raios solares e sem ventilação, como também camas sujas e úmidas.
• Idade das vacas, geralmente, as vacas mais velhas são mais propensas à infecção por relaxamento do esfíncter e perda da camada protetora de queratina. A mastite é mais comum em vacas de 7 a 9 anos.
• Presença de leite residual como resultado de ordenha incompleta. Após a decida do leite, a vaca deve ser ordenhada rapidamente, pois a pressão interna dura 7 min, e se esse tempo é ultrapassado, não há ordenha total e o leite residual, que permanece no úbere, favorece o desenvolvimento de bactérias.
• Fatores ligados à ordenhadeira mecânica, incluindo falhas na manutenção ou mau funcionamento do sistema de vácuo, dos pulsadores e peças de borrachas gastas, apresentando rachaduras etc.
• Alimentação mal equilibrada. O criador deve oferecer à vaca uma alimentação de boa qualidade, saudável e balanceada. Nunca forçar o animal a ingerir excesso de proteína, o que, além de ser antieconômico, pode agravar as mastites, pois há tendência a aumentar o volume do úbere com distensão da pele da região. A alimentação deficiente em vitamina A, por diminuir a capacidade defensiva dos epitélios que revestem o sistema vascular e cavitário do úbere.
• Outras doenças como brucelose, tuberculose, leptospirose, leucose, metrite, varíola e pseudovaríola.